A evolução da humanidade obteve grandes avanços ao longo da história e atingiu regras de convivência em grupo. Desenvolveu modelos de organização da sociedade que utilizam princípios morais e éticos para que a convivência seja positiva e produtiva.
Dentro destas regras temos que a vida coletiva impõe a necessidade de que a ação humana possua limites. Não se trata de proibir, mas de estabelecer até onde a liberdade de uma pessoa pode ir sem afetar os demais membros da sociedade. Com efeito, temos que a liberdade é uma condição desejável por todos, porém constitui-se como um dos problemas da sociedade contemporânea. Já para o filósofo Jean Paul Sartre a liberdade é condição fundamental da ação e o homem está condenado a ser livre. Por conta desta condenação toda a sua existência decorrerá desta condição.
Assim podemos efetuar as seguintes perguntas: qual é o limite para a liberdade? Qual é o limite para a liberdade de expressão dos indivíduos?
De forma recorrente vemos diversos detentores de cargos eletivos utilizando de arrogância e colocando o dedo em riste para impor suas ideias e propostas, como se fossem os únicos donos da verdade. Congressistas barganhando cargos em ministérios, acusando o judiciário, negociando apoio ao governo em troca de liberação de emendas, etc. Muitas notícias correm, formal e informalmente, que alguns políticos ameaçam até processar aqueles que os criticarem. Pois bem, e a liberdade de expressão?
Querer proibir alguém de fazer algo é uma forma de despotismo, uma forma arbitraria e absoluta de se impor uma vontade. Oras bolas, se estamos condenados a sermos livres temos que ter um pouco de liberdade de expressão. A sociedade deve combater toda forma de despotismo. E temos muitos exemplos de existência e de tentativas de despotismo.
Quem age com ameaças age com ignorância, este é outro comportamento que a sociedade deve buscar evitar em seu meio. A palavra ignorância tem sua origem no latim, do vocábulo “ignorantia”, que por sua vez deriva de “ignorare” e o seu significado é “não saber”. Em outras palavras ignorância significa “ausência de conhecimento”. Muitas pessoas entendem e usam esta palavra como termo pejorativo, mas não o é. Se uma pessoa não é formada em medicina e não conhece nenhum sintoma ou tratamento de enfermidades podemos dizer que ela não tem conhecimento sobre o tema, que ela é ignorante no assunto.
Pensar que seja um demérito o fato de uma pessoa ser ignorante sobre um ou vários assuntos é um equívoco, isto é agir com preconceito em relação a esta pessoa e com relação ao conjunto da sociedade. É um erro.
A sociedade brasileira já possui um bom nível de maturidade para compreender tais vícios e buscar as respectivas soluções. Todos nós somos livres e temos os limites impostos pela legislação vigente e demais regras morais e éticas que se desenvolveram ao longo de séculos. Por conta disto não podemos permitir que uma pequena parcela de pessoas que detém uma condição relativa de poder possam tentar impor proibições ou comportamentos na base da ameaça.
Temos que lembrar, sempre, que os agentes políticos estão onde estão pela escolha da sociedade e a elas devem fidelidade e satisfação. Já as pessoas livres devem ter responsabilidade ética e moral diante de seus atos, estando cientes de que responderão por eles.
Vamos combater a ignorância e tentar contribuir para a continuidade do desenvolvimento de nossa sociedade. Vamos fazer como Caetano Veloso cantou em sua música: "Eu digo não ao não. Eu digo. É proibido proibir.”
Mas tenhamos a certeza de que responderemos por todos os nossos atos. Todo cidadão esclarecido deve atuar positivamente na sociedade orientando e informando as pessoas para que possam ser livres, ter conhecimento sobre os acontecimentos e responsáveis pelo desenvolvimento de sua nação.
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