Acredito que nunca na história deste país a população assistiu tantas notícias de corrupção com o dinheiro público. E parece terem se acostumado. Mas como se acostumar com tanta roubalheira? Pior. Como aceitar que todos os envolvidos nestas falcatruas não estejam presos? Uma vez que se descobriu os fatos e os personagens o correto seria que estes estivessem enjaulados. As cifras milionárias que estão sendo roubadas dos cofres públicos fazem muita falta.
O pior de tudo é que temos pessoas que acreditam na inocência dos acusados. Pessoas que defendem os ladrões na nação. A senadora Vanessa Grazziotin postou numa rede social que “para chegar ao montante de R$ 51 milhões apreendidos pela PF, o trabalhador que ganha um salário mínimo precisaria trabalhar por 129 vidas”. Tal afirmação diz respeito à apreensão de dinheiro em apartamento do ex-ministro Geddel Vieira Lima. A crítica procede e ela deve fazê-la, mas não pode esquecer que este indivíduo também foi ministro do governo de seu partido. Acusa o governo Temer e defende o de Lula e Dilma. Um grande absurdo. Não tem inocentes nestas histórias.
Como diz o ditado “corrupto raleia, mas não acaba”. A corrupção existe desde antes de Cristo e está impregnada em todas as sociedades contemporâneas do globo. Por isto os dispositivos de controle interno, externo e social devem atuar com independência e força.
Na década de 1980 a banda Titãs gravou a música “Nome aos bois”, cuja letra era baseada em nomes de pessoas polêmicas da época, que variavam de Flávio Cavalcanti até Hitler. Ao todo foram citados 34 nomes. Se fosse para atualizar a letra da música, somente com os nomes de pessoas envolvidas nos escândalos recentes de corrupção em nosso país daria um disco inteiro com versões da música.
Continuando na abordagem musical, os mais céticos estão cantando a música de Tião Carreiro e Pardinho, “A vaca já foi pro brejo”, pois muitos consideram que estamos no “começo do fim” porque já estamos vendo os sinais. E como consta na música “Plesbicito”, da banda Plebe Rude, este absurdo que assistimos no dia-a-dia é tão constante que temos que evitar se acostumar com isto.
Não podemos nos calar, pois quem cala consente. Se a sociedade silenciar diante de todos os episódios que estão ocorrendo dificilmente teremos uma redução no tamanho da corrupção em nosso país. E quando achamos que isto está próximo nos deparamos com os desvios dos agentes públicos que deveriam nos defender dos corruptos.
Mas como foi dito em “Jesus não tem dentes no país dos banguelas” nós somos nosso próprio inimigo e às vezes temos razão e às vezes não. Por isto não devemos nos esquecer do preço que a vida nos cobra por não agirmos corretamente quando nos deparamos com situações de corrupção.
Estas situações estão retratadas no cotidiano de nossas vidas. No rap “Dando nome aos bois”, da banda Oriente, também são citados alguns políticos que estão envolvidos em denúncias de corrupção. A música afirma que já está na hora de alguém justo ter poder no julgamento. Isto porque estamos vendo que os acusados de corrupção não estão sendo punidos.
É explícita a verdade da música quando comparam “Beira Mar” como sendo uma gota e que ignoramos o oceano de bandalheira e corrupção com a coisa pública. É! “No país da saia justa e do dinheiro na cueca a corrupção é uma fonte que parece não secar”. O que seca é somente a vida da população que persiste em acreditar num modelo político falido. Com efeito, tal modelo afasta pessoas de bem que querem ajudar a nação. Temos que mudar nossos representantes. Temos que mudar o modelo político. Temos que começar tudo de novo.
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