Segundo projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI) a economia mundial irá crescer 3,1% em 2016 e 3,4% em 2017. Tais informações constam no último relatório de perspectivas da economia mundial (World Economic Outlook) da instituição. Os países considerados como economias em desenvolvimento e mercados emergentes, onde está inserido o Brasil, deverão crescer 4,2% em 2016 e 4,6% em 2017, em média. A previsão para a América Latina e o Caribe é de -0,6% e 1,6%, respectivamente.
Já a previsão para a economia brasileira, segundo o estudo do FMI, não é diferente das feitas pelos analistas brasileiros: redução de 3,3% em 2016 e um crescimento de somente 0,5% em 2017. Isto se o governo conseguir aprovar todas as medidas que está propondo.
O comportamento recente da economia brasileira e as perspectivas de curto prazo estão refletidos nos índices de confiança dos empresários e nos indicadores de emprego de desemprego. O índice de confiança do empresário industrial brasileiro está em 51,7 pontos, de um intervalo de zero a 100, pouco acima da média histórica de 50,0 pontos. Já o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) do Ministério do Trabalho apurou o fechamento de 1,5 milhão de postos de trabalho no período de novembro/2015 a outubro/2016. Somente em outubro deste ano foram 74,7 mil postos de trabalho fechados.
Neste cenário poucos se salvam, porém os estados do sul do país conseguiram minimizar os impactos da crise nacional e chegaram a ser destaque nesta semana na revista britânica “The Economist”. Na reportagem é destacado o clima e a geografia como fatores preponderantes para tal desempenho, além da colonização europeia e a qualidade do sistema educacional onde os alunos atingem notas acima da média nacional nas avaliações realizadas.
Realmente o sul do país está tendo um desempenho melhor que a média nacional, mas isto não significa que as coisas estão boas por aqui. Nos últimos doze meses foram fechados cerca de 186,5 mil postos de trabalho na região e o estado do Rio Grande do Sul está passando por uma forte crise fiscal. Neste quesito os estados do Paraná e de Santa Catarina vêm tentando efetuar ajustes para equilibrar as contas públicas, mas o maior problema é o inchaço das respectivas folhas de pagamentos.
Sim há crise no sul. Pode até “envergar, mas não quebrar”, porém a qualidade de vida dos sul-brasileiros está se deteriorando e quanto mais rápida se der a retomada do crescimento econômico menor será o dano para os cidadãos da região. Com relação às finanças públicas os governos dos estados sulistas precisam, urgentemente, dar uma solução para o crescimento do gasto com pessoal e, principalmente, com o peso dos gastos com inativos no orçamento anual. Do total de despesas com pessoal do estado do Rio Grande do Sul 41,1% são para pagamentos de aposentadorias e pensões, em Santa Catarina esta relação é de 28,5% e no Paraná de 22,4%.
E a tendência em nosso estado é de um crescimento mais intenso nos próximos anos do peso dos inativos no gasto total com pessoal, uma vez que cada ano que passa aumenta a quantidade de servidores vinculados ao fundo financeiro que adquirem condições para a aposentadoria.
É claro que os gestores anteriores e atuais devem ser responsabilizados por esta situação, entretanto temos que destacar o silêncio da população destes estados que deixou com que a situação atingisse tal gravidade sem cobrar mais responsabilidade dos agentes políticos.
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