O município de Apucarana voltou a ser destaque na geração de empregos. Segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (CAGED) divulgado pelo Ministério do Trabalho, o município gerou, de janeiro a agosto deste ano, um saldo líquido de 1.053 novos postos de trabalho. O desempenho na geração de emprego neste ano está sendo mais vigoroso do que na maioria das cidades do estado e mesmo do país.
Porém temos que alertar que as pessoas não devem se deixar levar pela empolgação. Temos que efetuar uma análise para muito além do resultado simples que foi divulgado. E aí é que sentimos a falta de uma estrutura formal de acompanhamento da conjuntura econômica que tenha como objetivo o acompanhamento dos principais agregados econômicos com análises que visem subsidiar a elaboração de políticas públicas nos municípios.
No tocante à geração de emprego e renda os municípios possuem ações muito restritas. Podemos até afirmar que são praticamente estéreis, se caracterizando como simples cosmético. Nesta mesma vertente as associações civis organizadas também devem se preocupar com cenários análogos e com a conjuntura e estrutura do mercado de trabalho local.
O resultado de empregos líquidos gerados foi bom no acumulado do ano, mas se considerarmos o acumulado da mesma variável em 12 meses constatamos que em abril deste ano é que houve a reversão de uma série de resultados negativos que duraram trinta meses. Em outras palavras o acumulado em doze meses de geração líquida de empregos é negativo desde novembro de 2014 até abril deste ano.
Comemoremos, pois começamos a reduzir o desemprego em Apucarana. Mas ainda há muito a se fazer porque neste período de trinta meses o saldo líquido foi negativo em 2.803 postos de trabalho, ou seja, o desemprego aumentou em 2.803 pessoas neste período.
O aquecimento da economia nacional, estadual e local é um sinal de que o desemprego irá parar de crescer, mas ainda pode demorar muito para reduzir fortemente. Se a média dos últimos quatro meses se manter o volume de desemprego gerado nos últimos meses ainda demorará dezoito meses para ser anulado, ou seja, somente no início do ano de 2019.
Ao atual cenário adicionemos o fato de que anualmente cerca de dois mil jovens entram no mercado de trabalho procurando o seu primeiro emprego onde somente metade deles logra êxito. Assim temos que o desemprego aumenta ano a ano.
A única alternativa é uma política, pública ou privada, de atração de empresas ou mesmo de crescimento das empresas já instaladas. Existem iniciativas da sociedade civil organizada em ambos os sentidos, entretanto estas devem ser potencializadas com o apoio de política pública estadual e municipal.
No caso particular e específico do primeiro emprego uma opção seria a instalação de cursos técnicos com estrutura de laboratórios que, realmente, garantam uma formação sólida. Atualmente a Secretaria de Estado da Educação possui 58 cursos técnicos, entretanto somente nove são ofertados em Apucarana.
Num município onde o comércio e serviços são fortes não possui cursos técnicos nestas áreas. Da mesma forma a indústria de confecções que também é forte não possui a oferta de nenhum curso técnico na área.
Enfim, podemos comemorar a melhora no desempenho do emprego em nossa cidade, mas temos que começar a nos preocupar com a estrutura do mercado de trabalho e com a qualificação de nossos jovens. Somente assim poderemos comemorar, no futuro, uma cidade que gera oportunidades para todos.
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