Recentemente foi divulgado no programa “A Voz do Brasil” uma reportagem falando do Programa Brasil mais Produtivo, que completou um ano e atendeu mais de 500 empresas. O objetivo deste programa era o de aumentar em pelo menos 20% a produtividade das pequenas e médias empresas que buscarem auxílio técnico.
O foco metodológico do programa é a manufatura enxuta que busca reduzir desperdícios no processo produtivo. E pelo que parece as empresas que participaram estão conseguindo resultados superiores aos estabelecidos como meta do programa: na média o aumento de produtividade destas empresas foi de 52,9%, bem acima da meta inicial.
Não poderia ser diferente, pois as empresas privadas possuem este objetivo, ou seja, de aumentar sua produtividade para serem mais competitivos no mercado. Todos sabem que a empresa que possui baixa produtividade possui custos e preços maiores e, por conta disto, não conseguem vender muito, o que põem em risco a sua rentabilidade e mesmo a sua sobrevivência.
Agora imaginemos se este programa tivesse como foco o setor público. Em outras palavras, e se tivéssemos o Programa Setor Público Brasileiro mais Produtivo? O que será que melhoraria para toda a sociedade?
Os índices de produtividade dos setores públicos e privados não podem ser comparados de forma direta e fria, até porque é um tema complexo e divergente entre os estudiosos do tema. Mas se reduzirmos o conceito de produtividade limitando-o somente ao fator trabalho podemos imaginar que, pelo volume de funcionários que o setor público possui, a sua produção total deveria ser maior. Mas e a produtividade?
Efetivamente o que vemos é que o custo do serviço público vem aumentando ano após ano com o aumento da arrecadação de impostos e o que se contrapõem a isto é que o volume de serviços e produtos públicos colocados à disposição da sociedade, proporcionalmente, é cada vez menor. Portanto, temos uma questão para ser investigada: o que estão fazendo com o dinheiro que é arrecadado?
É sabido por todos que a produtividade do trabalho no Brasil é baixa. Estudos de competitividade do trabalho de 2011 indicavam que o Brasil era mais produtivo que os países do sul da Ásia e da África Subaariana e que era menos produtivo que o resto do mundo. Já no ranking do Relatório de Competividade Global divulgado no Fórum Econômico Global de 2013 o Brasil aparece na 79ª colocação de um total de 148 países elencados pelas condições básicas para a produtividade.
A sensação que temos é que a produtividade do trabalho no setor público é menor do que a do setor privado nacional. Portanto há a necessidade de se ter um programa visando aumentar a produtividade deste segmento que deve prestar serviços de relevância social para todos. Fazer mais com o grande volume de impostos arrecadados.
Imaginem quanto recurso público iria ser evitado de ter sido desviado se a fiscalização preventiva fosse eficiente, se os fiscais de contratos controlassem melhor a execução dos mesmos, se os controles internos e externos identificassem procedimentos ineficientes antes de acontecerem os desvios.
Imaginem, com o aumento da produtividade, quantos pacientes a mais seriam atendidos e curados nos hospitais e postos de saúde, quantos alunos melhorariam suas notas nas avaliações de desempenho de aprendizado, quanto iria reduzir os indicadores de violência com a utilização de melhor inteligência, quantos profissionais sairiam melhor qualificados para a sociedade de nossas universidades, e por aí afora.
Nosso país precisa mesmo de um programa de aumento de produtividade: o “Programa Governo mais Produtivo”. E precisa com urgência. Este tema urge e precisa ter a sua implementação cobrada pela sociedade.
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