Mais da metade dos municípios paranaenses tiveram um encolhimento real de seu Produto Interno Bruto (PIB) no ano de 2014 em relação ao de 2013. Os resultados constam do resultado da pesquisa do PIB Municipal divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A pesquisa traz os resultados em valores correntes, ou seja, os apurados em valores do ano e efetuei a estimativa dos valores reais descontando a inflação ocorrida naquele ano.
O mesmo comportamento ocorreu com o produto per capita que é a relação do PIB pelo total de habitantes no município.
Dos municípios de nossa microrregião de Apucarana apresentaram evolução real positiva do PIB: Cambira (24,5%), Mauá da Serra (10,3%), Sabáudia (9,5%), Apucarana (9,2%), Califórnia (7,9%) e Arapongas (4,8%). Apresentaram encolhimento real do seu PIB os municípios de Marilândia do Sul (-22,9%), Jandaia do Sul (-9,7%) e Novo Itacolomi (-0,7%). Estudos técnicos e científicos mais detalhados deverão indicar as causas dessas evoluções e qualquer tentativa de atribuição de causas, sem estes estudos, serão meras especulações.
Entretanto algumas reflexões devem ser feitas, uma vez que os resultados apurados estão no clímax da crise econômica vivenciada pelo país. Seria muito natural justificar resultados ruins com a crise nacional e internacional, pois se o país não cresce os estados e municípios não crescem. Na verdade não é bem assim. Temos um país com dimensões continentais e as regiões possuem dinâmicas politicas, econômicas, comportamentais, educacionais e atitudinais diferentes.
Não podemos dizer que a região sul do país, onde estamos situados, é igual às outras regiões, afinal de contas todos dizem que na região sul a qualidade de vida é melhor, que temos mais empregos, maior nível educacional, maior qualificação. Chegam a usar o apelido de “sul maravilha”. Dentro da própria região sul não podemos afirmar que os estados do Paraná, de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul são iguais.
No estado do Paraná também temos realidades distintas, tanto que existe o chamado “centro expandido” onde os municípios mais pobres do estado estão situados e por conta disto esta área é prioritária para investimentos governamentais.
Quando analisarem os resultados obtidos os formuladores de políticas públicas e os agentes políticos que tomam as decisões devem estar atentos para nossa região e a sociedade local, organizada ou não, deve começar a cobrar mais atenção e eficiência de seus gestores e demais agentes políticos. O governo do estado deve ser chamado à responsabilidade e as prefeituras municipais devem se preocupar ainda mais em investir energias em setores ou secretarias de desenvolvimento econômico ou de planejamento econômico.
As associações de municípios devem ter equipes de analistas econômicos que efetuem análises de conjuntura, que desenvolvam estudos setoriais e regionais e que desenvolvam projetos para atrair investimentos. Não devem ficar “deitados em berço esplêndido”, pois sem trabalho e planejamento não se consegue nada.
Além do resultado do PIB temos que o PIB per capita de quatro municípios da região cresceu mais que a média nacional. Cinco municípios apresentaram resultados inferiores à média, sendo que em Novo Itacolomi, Jandaia do Sul e Marilândia do Sul o PIB per capita diminuiu no período. Isto sem falar no crescimento populacional que também está acima da média nacional.
Os novos mandatos que se iniciam em janeiro deverão ter uma preocupação maior com o desenvolvimento econômico dos municípios. Os prefeitos podem até dizer que se preocupam, porém a preocupação tem que sair do discurso e começar a partir para a prática. Já passou da hora de agir.
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