domingo, 20 de agosto de 2017

A pedra e a vidraça

É muito comum pessoas efetuarem críticas de todas as naturezas para o comportamento de outras pessoas que estão em posição de mando político ou mesmo que estão gerindo órgãos e instituições. O grande problema é que, na maioria das vezes, estas críticas não são acompanhadas de sugestões ou caminhos para que ocorra uma melhora no que está sendo observado.

Na verdade identificamos muitas maldades em muitos críticos de plantão que se utilizam da acidez de seus comentários para tentar desqualificar as ações das pessoas que se propuseram a fazer algo.

Quando uma pessoa se propõe a assumir uma função eletiva ou gerencial no setor público deve ser movida pelo desejo de contribuir para a sociedade, não para ser alçada a cargos ou funções superiores, pois isto será uma consequência natural de sua competência e dedicação. É óbvio que ao tentar fazer ela irá errar em algumas situações, porém a vontade de ajudar seguida de erros de decisões deve ser utilizada como uma ação pedagógica, o popular “é errando que se aprende”. Estas pessoas devem ser motivadas a continuarem em seus propósitos.

As pessoas que criticam somente por criticar, na verdade, o fazem por inveja, por terem “dor de cotovelo” das pessoas que estão trabalhando e tentando fazer algo. Existem pessoas que, aparentemente, nasceram para criticar de forma negativa os outros. Pessoas que nasceram para somente “tacarem pedras”. Estas pessoas jamais tentarão assumir estes cargos e funções pelo simples fato de que se sentem mais confortáveis somente criticando e desqualificando o que os outros fazem. Deve ser por incompetência ou medo de tentar.

Há um provérbio chinês que diz que “é muito fácil ser pedra, o difícil é ser vidraça”. Pois bem, se em dias normais é fácil encontrar pessoas que ficam fofocando e falando mal dos outros, imaginem em períodos de crise. Atualmente está muito fácil criticar os gestores públicos e os agentes políticos, mas difícil é indicar as soluções para os problemas.

Atualmente os formuladores de políticas públicas devem indicar reduções e contingenciamento das ações pelo simples fato de que está ocorrendo uma frustração de receita. Com efeito, não é possível efetuar tudo aquilo que se havia programado. Aqueles que não estão sentindo os efeitos da queda de arrecadação aguardem, pois nos próximos meses e anos sentirão.

Nos dias de hoje gerir a coisa pública exige determinação para tomar decisões duras como efetuar escolhas estratégicas entre fazer algo e deixar de fazer outra coisa, não permitir o crescimento do gasto com pessoal, reduzir quantidade de comissionados, dentre diversas outras coisas.

Estamos em períodos de “vacas magras” e a racionalidade e competência dos gestores devem aparecer para o bem da sociedade.

Os gestores são as “vidraças” e existem muitas pessoas que são “pedras” e que fazem criticas de forma maldosa a quem tenta fazer algo. Estas ”pedras” não se dignam ao menos a indicar o que está errado apresentando alternativas para a solução. Da mesma forma, as pessoas agem de forma individualista, pensando somente no “próprio umbigo” e não se preocupam com o coletivo. Este é um erro.

Não devemos ser “pedra” somente criticando por criticar. Temos que observar os eventos que ocorrem na administração pública e apontar o que não está indo bem, porém com a responsabilidade de propor alternativas e soluções. Não podemos ser críticos irresponsáveis como muitas pessoas em nosso meio. Temos que participar mais na elaboração e execução das políticas públicas. Somente assim as coisas poderão melhorar.


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